GILBERTO LEITE BASTOS JUNIOR
( BRASIL – PARAÍBA )
João Pessoa – Paraíba.
PÉRGULA LITERÁRIA VI. 6º. Concurso Nacional de Poesias “Poeta Nuno Álvaro Pereira.” Valença: Editora Valença, 2004. 202 p.
Ex. biblioteca de Antonio Miranda
DO CAIS DO APOLO À RUA DA AURORA
Como veias nervosas e barulhentas
apartamentos ligados como um barato bom
Torres-vagões cheios de corpos-dúvidas
vomitando suas experiências elétricas
Fábricas expelem sonhos;
Cuidado! Custam caros.
Os sistemas param quando alguém chora
pois o choro é um sentimento etéreo,
confuso como um bolshevique cristão
tomando coca-cola às oito da manhã.
Ratos santificados voam em minha frente.
Ao lado, lixo hospitalar me anestesia...
—como eu queria uma morfina...
sanaria a dor do meu silêncio.
É engraçado o grito misericordioso de um mudo
em frente a uma Telefunken jogada.
Qual ponte me levará ao êxtase profundo,
bucólico como meu relacionamento
com mulheres-peixe loucas e obscenas
saltando deste Capiberibe imundo?
As fábricas te enganaram
Sonhos pragmáticos que um dia
tornar-se-ão em pesadelos programados
Por este mesmo Deus, que como
piloto de marionetes,
nos goza a vida inteira
no altíssimo altar cagado.
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Página publicada em janeiro de 2024.
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